fbpx

Em todo início de semestre, muitas famílias saem em busca da escola para colocar seus(as) filhos(as) e os critérios para esta escolha são muito variados e marcados por questões subjetivas. Hoje, quero partilhar um pouco de como foi meu processo quando tive minha primeira filha e o que venho observando desde então. 

Quando minha primeira filha tinha cinco meses, ainda era professora e a escola que eu trabalhava não atendia bebês e crianças bem pequenas, então, quando ia voltar ao trabalho visitei diversos berçários e espaços educativos para colocá-la. 

Nesta peregrinação me deparei com espaços muito diferentes. Alguns pareciam ambientes hospitalares, tudo era limpo, higienizado, branco, o que transmitia uma boa segurança a uma mãe de primeira viagem que queria que tudo de seu bebê fosse extremamente esterilizado, mas, ao conhecer um pouco mais do funcionamento destes berçários ficava a dúvida sobre o que as crianças faziam no tempo em que ficavam ali. Como a vida transcorria? Será que ouviam histórias? Brincavam? Desenhavam? 

Outros berçários, por sua vez, pareciam uma reprodução em miniatura das escolas voltada às crianças maiores, com salas de aula e trabalhos das crianças expostos, mas os ambientes voltados aos cuidados de sono, alimentação e trocas de fralda pareciam improvisados, como se tais momentos fossem considerados menores. 

A cada local visitado saía com impressões diferentes, ficando sempre em dúvida se deveria priorizar apenas um dos aspectos que como educadora eu considerava fundamentais. Isto é, ou devia escolher um local que passava a segurança com relação ao atendimento aos cuidados básicos de minha bebê, ou um que oferecesse uma rotina diversificada, mas sem dar tanta importância a tais cuidados. 

Na época, eu e meu marido escolhemos uma escola que parecia oferecer boas experiências para as crianças. Mas no final, não foi bem assim, mas todos sobrevivemos aos pequenos equívocos da escola, que tratava de modo dicotômico os momentos de cuidados, das propostas dirigidas às crianças.   

Neste contraponto, descobri que uma escola de qualidade deve oferecer boas condições para que as crianças vivenciem sua infância de forma integral: sendo cuidadas e tendo espaço, tempo, materiais e relações que garantam sua exploração, imersão cultural e brincadeiras.  

Toda vez que alguém me pergunta sobre os critérios para escolha de um espaço educativo, digo que considero interessante que conheçam a escola de modos diferentes. Um primeiro passo pode ser o acesso às redes sociais e ao site, e nesta busca, pesquisar sobre como descrevem o trabalho que realizam, quais imagens e textos aparecem e o que é divulgado ao público em geral, como cardápios, informações sobre o funcionamento, projeto pedagógico, por exemplo. Vale também, perguntar a conhecidos se eles conhecem a escola e avaliar suas opiniões. Depois sugiro que entrem em contato para agendar uma visita. Neste quesito, considero interessante que não haja muitas restrições sobre os horários para se conhecer a escola, uma vez que interessa ver a escola em funcionamento, com as crianças. 

No dia da visita avalie não apenas as instalações físicas, mas o modo como os ambientes são organizados. Veja se os materiais e brinquedos são acessíveis às crianças, se os espaços são seguros, ao mesmo tempo em que oferecem desafios e se a limpeza está adequada.  

Observe se as crianças estão tranquilas, se estão envolvidas nas propostas, se parecem seguras sob os cuidados de suas educadoras. 

Procure observar o tom de voz que as educadoras usam ao falar com as crianças, veja se estão presentes e envolvidas nas atividades que estão propondo ao grupo. 

Converse com a coordenadora e pergunte sobre o funcionamento, a rotina de trabalho com as crianças, a estrutura das reuniões de famílias e sobre como a parceria é estabelecida. 

É sempre interessante conhecer pelo menos três escolas, pois assim é possível fazer comparações. Lembre-se que a escolha inicial ocorre nesta primeira visita, mas mesmo após a matrícula a escolha continua, pois é a partir daí que os vínculos estabelecidos se solidificam e a parceria na educação de seu(a) filho(as) inicia. Por isso, é importante que pais e mães sintam-se dia a dia mais seguros (as) de suas escolhas e acolhidos em suas dívidas diárias. 

Espero ter ajudado um pouco,  

Por Ana Paula Yazbek  

Link no blog papo de mãe https://papodemae.uol.com.br/noticias/escolha-da-escola.html