Por Turma da Bromélia
Neste trimestre, nas aulas do Projeto Integrador, a turma da Bromélia estudou “Patrimônio, cidade, natureza e memória”. Escrevemos textos, ouvimos músicas e uma parte da turma fez uma apresentação sobre “direito à memória” a partir de reportagens sobre Daiane dos Santos e Conceição Evaristo. Fomos descobrindo tipos de patrimônio, como cultural (material e imaterial), natural e o patrimônio da humanidade. Como exemplo, nós estudamos sobre as paneleiras de goiabeiras, que é um patrimônio imaterial. As paneleiras de goiabeiras são um grupo de pessoas que fazem panelas de barro e esse ofício se tornou um patrimônio por sua cultura e seu jeito de fazer panelas, que foi passado de geração em geração. Algumas fazem em casa e levam para vender no galpão das paneleiras, outras fazem e vendem em casa e outras produzem no próprio galpão.
Para começar o estudo sobre memória, nós tivemos o trabalho de refletir sobre a história de nossas famílias a partir de entrevistas. Para contar um pouco da história, trouxemos objetos importantes que representam a memória de nossa família. Com este trabalho, pudemos perceber que a memória pode aparecer em objetos, tradições, celebrações, costumes, receitas, desenhos etc. Depois de entender mais sobre esse assunto, olhamos também para a memória coletiva, que muita gente compartilha, várias pessoas construíram juntas e vai ficar na memória da população que não quer que essas tradições e construções sejam perdidas ou destruídas. O bairro do Bexiga, por exemplo, pode ser tido como um lugar de memória, pois tem o Vai-Vai, o samba, a cultura, os prédios e o próprio bairro, que representam a memória coletiva. Lugar de memória é onde ela se cristaliza, ou seja, se fixa na cidade, ou em outro espaço.
Depois de termos estudado em classe, fizemos uma viagem de campo para a cidade de São Luiz do Paraitinga com a intenção de nos aprofundarmos mais nestes conteúdos. Uma das culturas que nós notamos foi a Festa do Divino, que é uma festa católica e não tem só em São Luiz. Enquanto andávamos nas ruas, notamos muitas decorações da festa, como bandeiras com uma pomba branca, que representa o Divino Espírito Santo; barraquinhas de comidas, brincadeiras, bingo e missas.
O carnaval é outra celebração muito importante para o povo de São Luiz e representa a cidade. No final do primeiro dia, nós fomos a um museu do primeiro bloco de carnaval da cidade, chamado Encuca a Cuca. Lá, tinha a história dos bonecos que representavam mitos e lendas de algumas regiões do Brasil, como a Loira do banheiro e o Bicho Papão. Além do Encuca a Cuca, tem o Bloco Juca Teles, que foi o que fizemos cartolas e tiaras, que são adereços típicos deste bloco. No dia de encerramento da nossa viagem, fomos pular o bloquinho de carnaval com as cartolas e tiaras produzidas por nós, junto com o Benito (criador do Bloco Juca Teles), os bonecões e a banda.
Para estudar a natureza, fizemos uma trilha no Núcleo Santa Virgínia, que faz parte da Mata Atlântica, e que nos levou para uma cachoeira linda, mas com águas muito geladas. Além disso, fizemos uma flutuação com botes de Rafting no Rio Paraitinga para observar a Mata Ciliar e percebemos que em certos lugares do rio a Mata Ciliar estava mais desmatada: quanto mais nos aproximávamos da cidade, mais desmatada ficava a mata. Isso influenciou na enchente que aconteceu, em 2010, na cidade. Várias construções históricas desabaram, como a Igreja Matriz e a Capela Nossa Senhora das Mercês. Várias pessoas ajudaram e foram muito importantes para a reconstrução da cidade, como por exemplo, a Dona Didi, uma senhora de 95 anos, que trabalhava na limpeza da Capela e ajudou a dizer a altura do púlpito, pois ninguém ia lá tanto quanto ela e os registros da igreja foram perdidos pois a enchente os destruiu.