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Por Miruna Kayano Genoino | Orientadora Pedagógica das turmas do ciclo IIB

“Vocês não corrigem as atividades?”

“Será que as crianças só ficam brincando?”

“Escola construtivista acolhe ou ensina?”

Perguntar-se sobre o ensino de uma escola é algo mais do que esperado por parte das famílias. Ainda que as crianças estejam felizes, que seja possível notar seu engajamento na proposta pedagógica do ekoa, espera-se que estejam aprendendo e que exista segurança no avanço de seu conhecimento. Além disso, o fato de nossa trajetória no atendimento às crianças para além dos 3 anos ser recente, por vezes gera dúvidas sobre a experiência para atender o avanço na escolaridade de alunos e alunas.

Ao longo de nossas publicações “Ecos” esperamos compartilhar princípios pedagógicos de nosso trabalho que ajudem a resolver algumas dessas e muitas outras dúvidas, mas nesta primeira publicação focaremos em apresentar as linhas centrais de nossa concepção de ensino e aprendizagem. Concepção? Não seria método? Vamos começar por aí.

Nosso foco não está na palavra “método” pois seu uso relaciona-se, em educação, a um procedimento único, um passo a passo no qual importa mais o que será proposto, do que em quem vivenciará as propostas. Nosso foco não está em um método, mas em princípios e concepções educativas. Assim, é importante compartilhar que no espaço ekoa acreditamos e trabalhamos em uma concepção de ensino que valoriza o rigor dos saberes e a formação consistente de professores e professoras, o que nos faz garantir tempo de estudo e reflexão, bem como uma documentação curricular elaborada pela equipe ampliaekoa.

Este suporte pedagógico, em documentos e na formação de nossa equipe, é essencial para nossa concepção de aprendizagem, baseada na valorização da autoestima das crianças e adolescentes como sujeitos de seus saberes, que sabem que podem arriscar-se, trazer suas ideias, que compreendam que podem errar, todos erram. No ekoa, discutiremos e analisaremos os equívocos, para que o erro não seja o carimbo de sucesso ou fracasso de cada aluno ou aluna, mas um ponto de análise, um aspecto usado para compreender-se e aprender mais. E assim errar menos.

Assim, destacamos que no espaço ekoa existe espaço para a correção, mas esta ação pedagógica é introduzida de forma progressiva, conforme os conhecimentos se consolidam e a maturidade das crianças permita uma reflexão cuidadosa. Em nosso projeto há muitos momentos para brincadeira e acolhimento, mas sempre equilibrando com as centrais propostas de ensino e aprendizagem, nas quais nossa equipe de educadores e educadoras colocará em jogo propostas das mais diversas áreas de conhecimento, apoiando-se em seus saberes pedagógicos, e na documentação de nossa escola.

Finalizamos este primeiro texto compartilhando a contribuição preciosa de uma familiar que dialogou conosco sobre questões semelhantes às apontadas aqui. Em meio à nossa conversa ela contou: “na verdade há um jeito bem fácil de entender o que vocês fazem, que é perguntando para as crianças. Perguntei para minha filha se não tinha correção, e ela me respondeu disse que o jeito mais fácil de entender o que fazemos é perguntando às próprias crianças, e nos contou o que a filha respondeu: “A professora não vai lá e fala, você errou, mas vai conversando com tudo mundo, cada um mostra seu jeito e a gente conversa como pode melhorar”.

Que melhor forma de encerrar, que trazendo a fala de uma criança ekoa?

Quais outras perguntas você tem sobre o Espaço Ekoa? Pergunte nos comentários e o Ekoa responde.