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Por Arthur Cintra | Professor do Ciclo I

Ao longo do segundo semestre, a Turma da Romã realizou o projeto É lá que eu quero morar. Iniciamos nossa pesquisa inspirados pelo poema O último andar de Cecília Meireles:

No último andar é mais bonito:
do último andar se vê o mar.
É lá que eu quero morar.

O último andar é muito longe:
custa-se muito a chegar.
Mas é lá que eu quero morar.

Todo o céu fica a noite inteira
sobre o último andar
É lá que eu quero morar.

Quando faz lua, no terraço
fica todo o luar.
É lá que eu quero morar.

Os passarinhos lá se escondem
para ninguém os maltratar:
no último andar.

De lá se avista o mundo inteiro:
tudo parece perto, no ar.
É lá que eu quero morar:
no último andar.

No primeiro momento, as crianças tiveram a oportunidade de compartilhar onde moram, mostrando fotos de suas casas e prédios. Em seguida, iniciamos uma viagem exploratória e percorremos o mundo em busca de diferentes tipos de moradias.

Nossa primeira parada foi pertinho do ekoa, a Casa do Caxingui, uma casa com mais de trezentos anos. Nessa etapa do projeto, fizemos uma saída até lá, utilizando ônibus municipal, o que foi uma grande vivência para as crianças.

De volta à escola, nossa viagem continuou através de imagens e do documentário Babies. Fomos para África, lá conhecemos as moradias feitas pelo povo Himba, que vivem na Namíbia, suas casas são feitas de troncos e barro.

Nossa jornada prosseguiu e alcançou a Mongólia, lá nos deparamos com as cabanas utilizadas pelo povo Yurt, um povo nômade, que sobrevive da criação de gado.

E a volta ao mundo não parou por aí, aterrissamos no círculo polar ártico, um lugar gelado, onde os esquimós vivem e se protegem com roupas bem quentes, feitas de lã, suas casas são feitas com blocos de gelo e chama-se Iglu.

Saindo de lá, fomos até a Groenlândia fazer uma visita à navegadora brasileira Tamara Klink a primeira mulher a passar oito meses sozinha morando em um Veleiro/Casa – barco, nas águas congeladas do ártico. Descobrimos que sua “casa” se chama Sardinha 2, tem 10 metros de comprimento, que lá dentro tem água para tomar banho, que o banho é realizado em partes e também tem uma pequena cozinha.

Em seguida pegamos carona em seu veleiro e voltamos ao Brasil, ancoramos no norte do país e, nessa região, as crianças tiveram contato com as casas de Palafita. Estas são construções feitas de madeira que ficam suspensas sobre as águas, lá vivem os povos ribeirinhos que tem como principal atividade a pesca.

Nossa viagem seguiu Brasil adentro até chegarmos ao Alto Xingu, a região de muitos povos originários. Pegamos o barco, subimos o rio e adentramos em suas aldeias, conhecemos suas culturas, danças, pinturas corporais, pesca e a brincadeira arranca mandioca. Suas moradias são as Ocas, geralmente tem formato circular e são construídas coletivamente pelas pessoas da aldeia.

Chegou, então, a hora de retornarmos ao ekoa, e ao estarmos de volta, nos deparamos com uma Casa-carro estacionada em frente ao portão lateral, foi uma grande alegria, as crianças puderam entrar e explorar cada cantinho do trailer, subir na cama, observar que tinha uma televisão e que do lado de fora tinha uma cozinha com geladeira e pia com torneira de onde sai água de verdade!

Com tantas descobertas, produzimos um livro para contar nossas experiências e vivências, você pode acessá-lo aqui.

E a jornada não para por aqui, no próximo ano as crianças terão a oportunidade de alçar novos voos, realizar novas explorações e ampliar seus conhecimentos. Mas com toda certeza estaremos aqui de braços abertos para acolhê-las em nossa casa toda vez que quiserem nos visitar!